sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Nossa Senhora, ao luar...

Nossa Senhora e o Menino Jesus, ilustração de Almada Negreiros.

Nossa Senhora, ao luar...

Nossa Senhora, ao luar...
toda cheiinha de luz,
põe-se a embalar, a embalar
o seu Menino Jesus.

A Nossa Senhora canta
para o adormentar;
mas a Mãe, que o mundo espanta, 
tem vontade de chorar.

Entanto o lindo Menino
quer a lua, a rabujar...
Sente que o reino divino
é lá na terra do luar!

Afonso Lopes Vieira em País Lilás, Desterro Azul.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Feliz Natal!

Viver a véspera e o dia de Natal na companhia da família e amigos mais próximos equivale à materialização do Amor emanado pelo espírito presente em cada representação do presépio. A Sagrada Família, exemplo maior e supremo para todas as famílias, convida-nos nesta noite tão especial ao calor do recolhimento familiar, à partilha e ao convívio, mas também à meditação face à mensagem perenemente vivida e celebrada nesta data.
Por tudo isto e muito mais, a Nova Casa Portuguesa aproveita este momento para desejar a todos os seus amigos e leitores um Santo e Feliz Natal, repleto de amor e muita esperança. 

Presépio tradicional português.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Creio no Portugal Eterno

O aproximar da quadra natalícia remete-nos para momentos de meditação interior. O espírito cristão alia-se à espiritualidade atávica dos cultos ancestrais dos nossos antepassados, pautados pelas festas cíclicas que marcam e acompanham o passar dos tempos e das estações do ano. Pensar o divino a partir da nossa terra, da nossa Pátria, do nosso eixo telúrico, torna-se por isso inevitável e necessário. Desenganem-se os homens que acreditam na economia como sendo a origem dos males que afrontam a nossa idade, pois a nossa crise é, antes de mais, espiritual.
Importa por isso reencontrar a matriz, ir ao encontro da nossa Luz, da nossa Verdade e Amor. Só aí poderemos encontrar a nossa Glória, alcançando a vitória sobre as trevas.
Aproveitando a passagem de mais uma noite de solstício e a chegada do Natal, evocamos aqui a grandeza da nossa espiritualidade pátria através de uma belíssima oração de Maria Henriques Osswald, extraída do seu livro Portugal Eterno, publicado no Porto em 1941.

Creio  
Repicam todos os sinos...

Ó Vós que nascestes em Portugal, vinde rezar comigo.

1.º - Creio nos portugueses, descobridores de novos mundos.

2.º - Creio na lição do passado.

3.º - Creio na Verdade do sacrifício.

4.º - Creio nas vozes do mar, no mar das ondas ansiosas, as que não esqueceram a espora portuguesa.

5.º - Creio no arfar fiel da terra, onde tombou sangue bendito.

6.º - Creio no bem da Saudade, graças do amor, visível nas colinas mansas, nas selvas, onde cada flor fala de milagre.

7.º - Creio na bênção constante dos grandes Heróis - os que resgataram a nossa terra.

8.º - Creio na mensagem - ordem dos Santos portugueses.

9.º - Creio que Deus criou Portugal.

10.º - Creio na imortalidade de Portugal. 


Ámen. 
Desenho de Alfredo Roque Gameiro evocando
os homens que construíram Portugal.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Pequenos Heróis em Milhões

No próximo Sábado, dia 19 de Dezembro, terá lugar no Porto, na loja da Imprensa Nacional - Casa da Moeda (INCM), um workshop de escrita criativa destinado a crianças entre os 8 e os 14 anos. Orientada por Nuno Meireles, esta sessão de trabalho decorrerá entre as 11:00 e as 12:00, estando a temática subordinada ao famoso herói português da I Guerra Mundial: Soldado Milhões.
A participação é gratuita, mas sujeita a uma inscrição prévia que deverá ser feita através do número de telefone 223395820, ou do seguinte endereço de correio-electrónico: livraria.porto@incm.pt. Este workshop está limitado a um número máximo de 15 inscrições.
Trata-se de uma excelente iniciativa, na qual a imaginação e criatividade das crianças será por certo estimulada através desta importante figura do imaginário heróico português da I Guerra Mundial. Não percam!

(Clicar na imagem para conhecer um pouco mais da obra que servirá como
pano de fundo a este workshop.)

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Cassiano Branco (1897-1970)

«Cassiano, através da sua actividade que procurava manter por balizas racionais (uma outra forma de pensar a poesia), julgava-se, como Breton, capaz de "transfigurar a existência". Breton, através do sonho, do desejo e da imaginação. Cassiano, através do desejo, da imaginação... e da razão. Mas o que é a razão senão o sonho de se possuir a si mesmo?»
Maria Augusta Maia em Cassiano Branco: Um Tempo, uma Obra.

Para além de polémico Cassiano Branco foi também um dos mais prestigiados arquitectos portugueses da primeira metade do século XX. Não obstante ter sido o criador do tão querido parque temático Portugal dos Pequenitos, em Coimbra, a sua obra caracteriza-se sobretudo pela traça modernista e cosmopolita. Obras como o Hotel Vitória, Éden-Teatro, o plano de urbanização da Exposição do Mundo Português, o Coliseu do Porto, ou o Grande Hotel do Luso, entre outras distribuídas por Portugal continental e províncias ultramarinas, desafiaram os cânones da época, marcando para sempre a imagem da arquitectura portuguesa. 
Amanhã, dia 16 de Dezembro, pelas 18:30, será apresentada na Casa das Artes, no Porto, a obra de Paulo Tormenta Pinto intitulada Cassiano Branco (1897-1970). Editado pela Caleidoscópio, este livro será apresentado por José António Bandeirinha.
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade. 

(Clicar na imagem para ampliar.)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

"Dever que mata": Evocação do Presidente Sidónio Pais

Sempre vigilante, foi graças à atenção do nosso camarada João Marchante que não deixamos hoje passar em branco a data do assassinato do Presidente Sidónio Pais. O martírio do Presidente-Rei, ocorrido há exactamente 97 anos, já aqui havia sido evocado. Porém, a publicação de hoje no blogue Eternas Saudades do Futuro, intitulada Herói do Dia, bem como a associação do seu autor ao mundo do cinema, remeteu-nos para a partilha de um excerto das históricas filmagens levadas a cabo pela Invicta Film aquando do funeral do nosso mais singular e carismático Presidente da República. 
Recordemos esse momento e honremos o herói!

Excerto da reportagem Dever que mata, de 1918, mostrando cenas do 
funeral do Presidente Sidónio Pais.

domingo, 13 de dezembro de 2015

Homem Cristo Filho e os "Cavaleiros do Resgate"

Homem Cristo Filho foi uma das mais inquietantes figuras do panorama cultural europeu de inícios do século XX. De pena livre e insurgente foi, tal como o seu pai, temido pelos seus inimigos e adversários. Nacionalista radical, amou a sua Pátria - Portugal -, onde nunca foi feliz ou, pelo menos onde nunca foi compreendido. Três vezes exilado, em momentos e circunstâncias políticas e históricas bastante distintas, Homem Cristo Filho foi um dos mais importantes nomes do jornalismo mundial. 
Num dos seus regressos do exílio, já após o 28 de Maio de 1926, abraçou um projecto ligado à imprensa nacional criando o jornal A Informação. Constantemente preocupado com os destinos da Pátria portuguesa, bem como com a decadência e degeneração moral dos portugueses que, segundo ele, estavam já naquela altura muito longe da natureza exemplar dos heróis fundacionais, ou do génio desbravador de novos mundos, este intelectual português jamais desistiu de lutar pelos interesses nacionais. Por esse motivo, Homem Cristo Filho exigia aos nacionalistas portugueses que tomaram o poder com o golpe de 28 de Maio nada mais do que a excelência do bem fazer e do bem governar. Como se de excelsos cavaleiros se tratassem, pedia-lhes o resgate da Pátria, a restauração do Estado e o renascimento da grandeza do nosso Povo.
Transpondo para hoje a ideia de "resgate" perfilhada por Homem Cristo Filho apercebemo-nos o quão distante está o significado dessa expressão para os políticos de hoje que, ignorando o essencial, apenas se concentram naquilo que menos importa, ou seja, o "resgate financeiro". Uma vez mais o nosso problema nuclear parece relacionar-se de perto com a questão da Educação Nacional e com aquela mesma incapacidade, já apontada por Fernando Pessoa, de criarmos um escol. Afinal, não é possível existir cidadania sem a existência de verdadeiros cidadãos. 
Por conseguinte, vale a pena ler-se o que escreveu Homem Cristo Filho no editorial de A Informação, de 4 de Agosto de 1926. Uma crítica plena de actualidade que não poupa sequer os correlegionários políticos do seu autor, sejam eles coevos ou nossos contemporâneos.
«Ignoramos qual foi o vil micróbio que atacou o organismo português, envenenando-lhe o sangue e destruindo-lhe cruelmente todas as faculdades e virtudes. Mas fosse qual fosse, desde que o micróbio há, desde que a intoxicação se produziu, é urgente destruir o elemento daninho e purificar as veias da nação.(...) Já lá vai o tempo em que os portugueses sabiam entrar, sem temor, na ante-câmara da morte. Hoje o medo verga-lhes as pernas, dobra-lhes a consciência, comprime-lhes o coração como se o perigo não fosse, como diz d'Annunzio, o eixo da vida sublime. O medo da morte é o estigma ignominioso dos fracos, dos condenados, dos escravos; o sintoma da degenerescência moral e física dos homens e dos povos; a negação do direito à vida que só se ganha lutando e vencendo, quando se sabe olhar de frente, sem tremer e sem pestanejar, a porta misteriosa que todos, inexoravelmente, devemos transpor. Eduquemos os rapazes que hoje frequentam as escolas e serão amanhã os árbitros dos nossos destinos, no culto do heroísmo, no culto do passado e das virtudes seculares da Raça. Ensinemos-lhes a desprezar o perigo a correr todos os riscos, a afrontar todas as catástrofes de ânimo sereno. Demos-lhes, por uma sã educação desportiva, músculos de aço, sangue ardente e fecundo. Arranquemos o algodão em rama com que as mães lhes envolvem o peito e a alma, expunhamo-los, na nudez gloriosa da sua força, às intempéries do tempo e às convulsões revigoradoras do destino. E daqui a uns anos, em lugar da mocidade indolente e corrompida de Atenas, Esparta ressurgirá triunfante, e invencível, nas margens do Atlântico, onde não deve haver limites para o espírito e a ambição dos homens, como os não há para as profundezas deste mar e a extensão deste horizonte imenso. Se ainda há neste país trinta homens de coragem e de fé, juntem-se sem tardança, toquem os sinos a rebate, toquem os clarins a reunir e dêem-lhe batalha, em campo raso, à cobardia nacional, à mentira nacional, à indisciplina nacional. Falem menos em Pátria e sejam mais patriotas; falem menos em honra e sejam mais honrados; falem menos em coragem e sejam mais corajosos! Em nome dos interesses supremos e sagrados da Pátria em perigo, surjam, apareçam, os Cavaleiros do Resgate.»
Homem Cristo Filho (1892 - 1928).

sábado, 12 de dezembro de 2015

Afonso de Albuquerque: 500 Anos de Memória e Materialidade

«Albuquerque foi o primeiro homem do Ocidente a medir-se com os sultões, vizires e rajás da Pérsia e da Índia. Soube arquitectar estratégias militares e diplomáticas adaptadas a um Oriente em mutação.»
Geneviève Bouchon em Afonso de Albuquerque: 
O Leão dos Mares da Ásia

No mesmo ano em que Nicolau Maquiavel iniciou a redacção do seu célebre tratado intitulado O Príncipe, já Afonso de Albuquerque superava na prática os ensinamentos do famoso pensador renascentista. O "César do Oriente", o "Grande", o "Leão dos Mares", o "Marte Português", o "Terrível", foram vários os cognomes com que a História coroou de glória um dos nossos maiores.
Afonso de Albuquerque, o homem que propôs ao Rei de Portugal destruir o islão, apresentando um arrojado projecto que visava fazer explodir a famosa Caaba de Meca, soube como ninguém defender os interesses do Império Português no Oriente, controlando toda a área do Índico e parte do Golfo Pérsico. Um homem de pensamento e de acção que, infelizmente, como tantos outros na nossa História, foi combatido a partir de dentro por meros motivos de ciúme e inveja. Hoje, passados 500 anos desde a sua morte, a sua heróica gesta perdura, de uma forma inabalável, na memória dos homens e na materialidade do seu legado histórico. 
Celebrando esta alta figura da nossa História, o Movimento Internacional Lusófono (MIL), em parceria com a Sociedade Histórica para a Independência de Portugal (SHIP), a Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) e o Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT), organiza durante o presente mês, em Lisboa, o colóquio Afonso de Albuquerque: 500 Anos de Materialidade. Este encontro com uma comissão organizadora formada por Miguel Castelo Branco, Octávio dos Santos e Renato Epifânio, terá lugar na BNP, dia 16 de Dezembro, e na sede da SHIP, no Palácio da Independência, dia 17 de Dezembro. Paralelamente, estará ainda patente ao público no ANTT, entre os dias 15 de Dezembro e 23 de Janeiro, uma mostra documental subordinada à temática deste encontro.
No decorrer do primeiro dia deste colóquio haverá ainda espaço para a apresentação de algumas obras publicadas sob a chancela do MIL, bem como do 16.º número da revista Nova Águia e o 9.º número da revista Finis Mundi. Para consular o programa detalhado, ou obter mais informações, visite-se a página oficial deste colóquio, disponível em http://albuquerque500.blogspot.pt.
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade. 

(Clicar na imagem para ampliar.)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Petição contra a construção da nova mesquita de Lisboa

«Folgara muito Vossa Alteza puder ver Goa e como derribou a fantasia dos mouros...»
Afonso de Albuquerque em carta ao Rei D. Manuel de 1512.

Portugal assiste desde finais do século XVIII à bastardização da sua tradição. A sub-reptícia "protestantização" e "rabinização" das mentalidades das nossas comunidades é, há muito tempo, encabeçada por correntes anti-portuguesas e estrangeiradas, cuja nociva natureza deverá ser combatida de uma forma total.  
Hoje, após as catástrofes da implantação república (1910) e a imposição da democracia (1974), vivemos debaixo do jugo dos princípios modernos da igualdade, ecumenismo e tolerância, ignorando porém que essas supostas conquistas "universais" constituem os grilhões com que nos prendem os predadores da Pátria à nossa degenerescência e ruína. Se em inícios do século XX vivíamos debaixo de um intenso fogo inimigo encabeçado pelas forças judaicas associadas à franco-maçonaria e outros movimentos criminosos que ainda continuam quotidianamente activos, reinventando-se e reorganizando-se sob a máscara do marxismo cultural, hoje um outro perigo alastra-se, não só em Portugal, como em toda a Europa e terras extremas da civilização ocidental. Falamos, obviamente, do islão. Uma religião de conquista, absolutamente, contrária à nossa tradição religiosa, espiritual, histórica e civilizacional. Uma religião que seduz o homem ocidental, doente, descrente da sua missão e do lugar que ocupa no mundo, através do exotismo plasmado num os lados da natureza exotérica daquele credo.
Não obstante sabermos a quem mais interessa a crescente vaga de islamofobia, não podemos deixar de combater, em nossa casa, por aquilo que nos pauta, defendendo a nossa tradição e civilização de matriz pagã-cristã. Importa-nos também saber demarcar dos rebanhos conduzidos pelos maus pastores: capitalistas, liberais e sionistas. Em resumo, há que controlar e combater a destruição do nosso fundo espiritual. Por esse motivo, não podemos deixar de nos opor à construção da nova mesquita de Lisboa que custará cerca de 2,9 milhões de euros aos nossos contribuintes. Numa altura em que são exigidos tantos esforços às famílias portuguesas e quando são conhecidos tantos casos onde é urgente a intervenção do Estado de modo a salvar o nosso património, não nos parece de todo razoável esta obra homologada pelos poderes socialistas que controlam os destinos da antiga capital do Império Português. 
Por este motivo, convidamos os amigos bem como os visitantes esporádicos da Nova Casa Portuguesa a assinarem uma petição, promovida pelo Instituto Santo Condestável (ISC), que visa o impedimento da construção de uma nova mesquita na cidade de Lisboa. Esta encontra-se disponível para ser assinada em http://petit.io/petition/instituto-santo-condestavel/nao-a-nova-mesquita-na-mouraria-de-lisboa.
Saibamos defender a nossa identidade e a nossa tradição de uma forma integral. Num bairro típico como a Mouraria não podemos aceitar nem a construção de uma mesquita, nem de um museu judaico. 

(Clicar na imagem para assinar a petição contra a construção da nova mesquita de Lisboa.)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Sampaio Bruno na Fundação Eng. António de Almeida

No próximo dia 11 de Dezembro a cidade do Porto assiste a mais uma homenagem feita àquele que foi um dos seus filhos mais ilustres: Sampaio Bruno. Cumprindo-se o primeiro centenário do desaparecimento do filósofo português, a Fundação Eng. António de Almeida associou-se à evocação desta histórica efeméride, acolhendo um encontro organizado por Paulo Samuel e que contará com as intervenções de Manuel Gama, José Esteves Pereira e Francisco Duarte Mangas.
O início dos trabalhos está marcado para as 18:00 e será precedido pela inauguração de uma exposição documental e biblio-iconográfica consagrada à figura de Sampaio Bruno. No final será ainda distribuído o catálogo dessa mesma exposição que, por certo, constituirá uma mais valia para a preservação da memória do nosso filósofo e respectivo legado. 
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade. 

(Clicar na imagem para ampliar.)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Vida e Obra de Fernanda de Castro (1900-1994)

Celebra-se amanhã, dia 8 de Dezembro, o 115.º aniversário do nascimento de Fernanda de Castro. Mulher de António Ferro e mãe de António Quadros, Fernanda de Castro foi uma importante figura das letras portuguesas. Para além do seu vasto legado literário plasmado nas áreas da poesia, teatro, romance, ou literatura infantil, foi ainda uma personalidade bastante activa na sociedade portuguesa, onde se destacou nas áreas da cultura e beneficência. Injustamente esquecida pelo grande público, a sua memória tem vindo a ser salvaguardada pela Fundação António Quadros.
De modo a homenagear esta autora nas vésperas da data do aniversário do seu nascimento, partilhamos a emissão de 11 de Novembro de 2010 do programa O Jardim da Literatura, da rádio Antena 1, inteiramente dedicado à sua vida e obra.

Vida e Obra de Fernanda de Castro (1900-1994).

domingo, 6 de dezembro de 2015

Eduardo Lourenço e a não-clarividência do politicamente correcto no Portugal democrático

A clareza política do Eduardo Lourenço está ao nível do civismo do Mário Soares. Segundo o filósofo português, a França de hoje tem ainda a imagem de Luís XIV e nós, europeus, devemos muito aos americanos que nos salvaram várias vezes ao longo do século XX, a começar pelo "auxílio" dado na I Guerra Mundial.
Portugal, terra de heroísmo e de génio, encontra-se mais do que nunca amordaçado pelas correntes estrangeiristas. Um mal que hoje se torna bem mais nocivo do que outrora face à ditadura do "politicamente correcto", na qual só singram os medíocres e os alinhados com os detractores da Pátria e falsificadores da História.
Deus nos salve dos "democráticos génios portugueses".

Eduardo Lourenço no programa televisivo O Princípio da Incerteza.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Mais um 1.º de Dezembro...

1.º de Dezembro de 1640. Uma época em que as palavras de ordem dizendo "morte aos traidores" não representavam apenas mais um estéril slogan político lançado ao acaso da campanha eleitoral por um partidozeco de esquerda criado pela CIA!
Portugueses verdadeiros, de corpo e alma, ainda existem! Poucos, porém fiéis à sua Pátria, à sua bandeira, à sua História, ao seu Povo e respectiva tradição!

Viva Portugal! Morte aos traidores!

Ilustração de Carlos Alberto Santos mostrando o episódio da morte do
traidor Miguel de Vasconcelos.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Da pura hipocrisia e maldade abrilista, ou como os democratas odeiam Portugal e os Portugueses!

Os que hoje em Portugal defendem o acolhimento de uma massa de "refugiados" são os mesmos que em 1975, após o abandono criminoso dos nossos territórios ultramarinos, renegaram os seus irmãos de sangue, maltratando-os e humilhando-os. Chamavam-lhes "retornados" e exigiam a sua saída de Portugal continental e o seu regresso às terras onde sempre viveram até estas lhes serem espoliadas.
Vítimas da perfídia socialista abrilista, foram considerados um peso para a precária economia portuguesa resultante do desastroso 25 de Abril. Por sua vez, os "refugiados" de hoje são considerados uma "mais valia", enquanto milhares de portugueses são todos os anos constrangidos a abandonar a sua Pátria em busca de uma oportunidade, como se não passassem de um pesado fardo para a Nação.
As conclusões a retirar desta triste história ficarão à responsabilidade e consciência de cada um.

O drama dos retornados constitui um dos mais tristes episódios
do Portugal contemporâneo.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Maçcarilhas... a outra face

As Festas de Inverno constituem uma parte singular da tradição popular do Nordeste português. Entre as manifestações profanas de cultos sagrados de outros tempos e o crescente amor e interesse pela beleza do folclore daquela região, assiste-se hoje à revalorização de um património riquíssimo que, até há poucos anos atrás, esteve em risco de perder-se na longa noite escura do "progresso".
Em conformidade com esta realidade, a Biblioteca Municipal de Valpaços organiza entre os dias 10 e 30 de Novembro uma exposição intitulada Maçcarilhas... a outra face. Uma mostra que visa dar a conhecer não só as famosas máscaras que compõem toda a alegoria mítica das Festas de Inverno, como destacar o papel dos artesãos que desde tempos imemoriais as criam. 
A entrada é livre. 

(Clicar na imagem para ampliar.)

domingo, 1 de novembro de 2015

1.º de Novembro

«...o intenso laço moral que é o culto dos Mortos...»
António Sardinha em O Valor da Raça

É de conhecimento geral que os portugueses tendem a confundir, como que propositadamente e por motivos meramente práticos, o Dia de Todos dos Santos com o Dia dos Fiéis Defuntos. Um tipo de oposição que nos é natural face à natureza teórica das coisas, mesmo que estejamos a referir-nos a preceitos teológicos ou religiosos. E sim, o português é um Povo de Fé. Sempre foi e sempre será, não obstante a natureza selvagem e heterodoxa que caracteriza, por vezes, o axioma da sua alma colectiva. 
Esse espírito indomável que tantas vezes tende, talvez por aversão ao tédio e à fervente vontade de viver, a reinventar os modos de ver e projectar a nossa tradição, acabando por renovar-se constantemente, mostrando a vitalidade incomum do nosso ethos face ao de outros povos. Lembremos, por exemplo, as especificidades do nosso primeiro modernismo que mais não fez do que procurar reintegrar Portugal no seu próprio eixo espiritual, reaproximando a nossa Pátria da sua ancestral  e quase milenar tradição.
Com efeito, voltando à vivência espiritual do Dia dos Fiéis Defuntos no Dia de Todos os Santos, recordamos um eco da mais antiga e profunda religiosidade portuguesa, associada ao culto dos mortos. Um eco forte e contemporâneo que replica um grito atávico cuja origem recente é, no mínimo improvável. Porém, assim são os desígnios de Deus e dos princípios teleológicos da nossa Pátria. O delírio mecânico-futurista patente no tema 1.º de Novembro, da autoria dos bracarenses Mão Morta, reflecte a existência de uma luz que anima até as mais improváveis almas. O ambiente retratado pela letra desta música, pesado e lúgubre, transmite a persistência salvífica da nossa tradição num mundo que lhe é cada vez mais hostil. Afinal, entre os modernos ritmos do nosso quotidiano, subsiste ainda aquela alma portuguesa, dotada de uma doçura humana quase transcendente, nada indiferente à dor causada por uma solidão contrabalançada pela saudade do porvir.
O amor e a saudade que sentimos na dor causada pela falta dos nossos mortos não é mais do que aquele grito surdo de querermos perpetuar aquém-vida e além-morte. São as glórias, as paixões e memórias vividas juntas dos nossos ente-queridos. Preservar estes momentos de diálogo com o passado são a prova de que existe esperança no futuro. Por este motivo, é importante conservarmos esta vivência, mesmo que a música se ouça triste, na solidão dos dias chuvosos. 

1.º de Novembro

Um traço, um berço
Dois destinos que se cruzam na lonjura da distância
Erva fálica pelo caminho
Distúrbios, subúrbios
Automóveis ferrugentos desenhando o horizonte
Os paralelos asfixiam a alma
Solidão, saudade
Rumagens, romaria aos queridos defuntos
Carcaças abandonadas ao passado
Lágrimas, fábricas
Tempo invernoso sublinhando a ausência
A música ouve-se triste
Solidão!
Saudade!
Romagens!
Romarias!
Solidão!
Saudade!
Queridos!
Defuntos!


O tema 1.º de Novembro, dos Mão Morta, figurou primeiramente no LP compilação
À Sombra de Deus, editado pela Câmara Municipal de Braga em finais da década de 1980.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

"Diálogos de Doutrina Anti-Democrática" conhecem uma nova edição em Espanha

De leitura intemporal e imperativa à boa formação política de qualquer indivíduo, a obra Diálogos de Doutrina Anti-Democrática de António José de Brito continua a ser considerada um anátema para a actual sociedade democrática. Inicialmente publicada em 1975, ano em que Portugal mergulhou no mais profundo dos devaneios "pós-revolucionários", esta obra mostrou desde logo a verticalidade do seu autor, bem patente no modo como este permaneceu fiel aos ideais que sempre defendeu ao longo da vida, assim como a sua coragem e discernimento intelectual.
Autor e pensador incontornável do nacionalismo português e europeu, António José de Brito viu este seu trabalho ser editado também na vizinha Espanha logo em 1978, com o título Diálogos de Doctrina Anti-Democrática. Publicada em Madrid, pela chancela da Aztlan, esta edição teve a tradução para o castelhano a cargo de Antonio Medrano
Hoje, 37 anos após a sua primeira edição em terras espanholas, os Diálogos de Doutrina Anti-Democrática voltam a ser reeditados no país vizinho mostrando, uma vez mais, toda a actualidade da obra e pensamento de António José de Brito. Esta nova edição a cargo das Ediciones Fides encontra-se já disponível para venda através da página oficial da editora: http://edicionesfides.com

Capa da mais recente edição espanhola dos Diálogos de
Doutrina Anti-Democrática
de António José de Brito.

Nota: Aproveitamos para relembrar que esta obra continua disponível na sua segunda edição em língua portuguesa podendo ser adquirida através das Edições Réquila.

domingo, 25 de outubro de 2015

Luís Godinho, os Açores e a sua Natureza Mágica

Saudade e nostalgia de um Paraíso perdido. Eis dois sentimentos inspirados pela mágica e estonteante beleza do arquipélago dos Açores. Apesar de ter já sido alvo da nossa atenção por diversas vezes, não fomos capazes de negar um regresso aos cumes do continente perdido, ignorando as belíssimas fotografias de Luís Godinho que, recentemente, nos foram dadas a conhecer. O seu autor, filho daquelas misteriosas ilhas portuguesas, dedica-se à fotografia desde 2008, tendo já um livro publicado no qual faz um retrospectiva do seu trabalho ao longo dos últimos anos. 
Não obstante toda a beleza captada pela sua objectiva também em outras paragens do mundo, nomeadamente no Oriente, foram as fotografias dos Açores que mais nos deslumbraram e fizeram acalentar sonhos e fantasias atlantes. Deste modo, fica feito mais um convite para descobrir a inigualável beleza daquele nosso arquipélago, bem com o trabalho deste jovem fotógrafo português, cuja obra merece ser dada a conhecer.  










sábado, 24 de outubro de 2015

Centenário da Morte de Ramalho Ortigão

«O modo mais eficaz de seres útil à tua pátria é educares o teu filho.»
Ramalho Ortigão em As Farpas

Figura incontornável da famosa Geração de 70, Ramalho Ortigão pautou-se sempre por uma verticalidade e moral correspondente à grandeza do seu génio. Não será por isso de estranhar as sucessivas gerações que o autor e pensador portuense foi influenciando, tanto em vida, como já após a sua morte, em 1915. 
Recordando o centenário do seu falecimento, a Universidade do Porto, juntamente com a Fundação Eng. António de Almeida, a Irmandade da Lapa e a Câmara Municipal do Porto, promove entre 29 de Outubro e 14 de Janeiro um ciclo de quatro conferências dedicadas a alguns aspectos da vida e obra de Ramalho Ortigão. Os oradores convidados para este ciclo são José Carlos Seabra Pereira, Jorge Fernandes Alves, Pedro Tavares e Isabel Pires de Lima. 
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.  

(Clicar na imagem para ampliar.)

domingo, 18 de outubro de 2015

Mais um ano de Nova Casa Portuguesa

A Nova Casa Portuguesa perfaz hoje meia década de existência e resistência na blogosfera. Numa época de dissolução temos sido uma força de construção e preservação daquilo que acreditamos ser o mais verdadeiro e autêntico dentro da nossa cultura e tradição. A síntese que procuramos fazer e entre o passado, presente e futuro traduz-se na velha máxima pascoalina de que «Portugal não é só o que foi, nem somente o que é, nem apenas o que há-de ser.» Cientes desta realidade asseguramos que continuaremos a nossa inalienável missão de amar aquilo que é mais importante: Portugal!
A todos os que nos têm seguido e acarinhado ao longo dos últimos 5 anos, deixamos os nossos mais sinceros agradecimentos, sempre na esperança de nunca defraudar todos aqueles que amam Portugal.

Esboço de Raul Lino.

sábado, 17 de outubro de 2015

Olhos Negros

A editora discográfica Vidisco começou recentemente a publicar no seu canal de Youtube vários vídeos de bandas que fazem parte do seu extenso catálogo. Entre essas bandas encontram-se os incontornáveis Maio Moço, um grupo que muito se enquadra no espírito da Nova Casa Portuguesa.
Não obstante o longo período de inactividade no qual esta banda mergulhou, a dimensão do seu legado mantém-os sempre vivos na memória e no coração de todos os que amam Portugal e os seus mais belos "romances". O esforço empregue por este colectivo na recuperação e revitalização da nossa música, cultura e tradição histórica é bastante notório no seu longo repertório.
O tema que hoje aqui apresentamos - Olhos Negros - constitui uma excelente transposição musical de um dos mais belos poemas de Almeida Garrett.       

Por teus olhos negros, negros,
Trago eu negro o coração,
De tanto pedir-lhe amores ...
E eles a dizer que não.

E mais não quero outros olhos,
Negros, negros como são;
Que os azuis dão muita esp'rança,
Mas fiar-me eu neles, não.

Só negros, negros os quero;
Que, em lhes chegando a paixão,
Se um dia disserem sim ...
Nunca mais dizem que não.

Vídeo dos Maio Moço para o tema Olhos Negros.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Montes, Pedras e Gente

Montes, Pedras e Gente é o título do mais recente livro da arqueóloga e Professora Fátima Silva. Fruto de mais de duas décadas de produtiva investigação arqueológica, esta obra dá a conhecer a fascinante região do vale superior do rio Coura durante os tempos da Proto-História. Percorrendo os montes de Paredes de Coura, passando pelos seus povoados fortificados, mostrando as pedras e os artefactos que moldavam a realidade das suas gentes, este livro de aproximadamente 300 páginas propõe um olhar sobre um passado marcado por uma luta incessante pela sobrevivência.
Publicada pela Idioteque, a obra Montes, Pedras e Gente será apresentada amanhã, dia 17 de Outubro, pelas 21:30, na FNAC do NorteShopping, por Armando Coelho Ferreira da Silva, Professor Catedrático Jubilado da FLUP (Faculdade de Letras da Universidade do Porto). Este acto contará ainda com a presença da autora.
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.

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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Gangs de Lisboa

Nunca é demais relembrar a pérfida natureza maçónica e jacobina dos criminosos do 5 de Outubro de 1910. Foi neste dia que, há 105 anos, saíram dos esgotos as ratazanas que infestaram Portugal. 
É a peste! É a peste!

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O Islão e o Ocidente em debate

A presente invasão de que está a ser alvo o Sul e o Leste da Europa coloca também em risco a própria sobrevivência histórico-cultural de Portugal. Numa época crítica em que a Europa deixou de ter o inimigo controlado às suas portas, passando a conviver com ele intramuros, importa discutir-se sobre o actual choque civilizacional que opõe o Islão ao Ocidente. 
Atendendo à urgência de um debate tantas vezes evitado em Portugal, a Associação de Professores de Filosofia organiza, no próximo dia 7 de Outubro, pelas 21:30, na livraria Ler Devagar, em Lisboa, um encontro subordinado à temática O Islão e o Ocidente, com Jaime Nogueira Pinto e Kalid Jamal. 
Este encontro é de entrada é livre, devendo-se contudo confirmar a presença através da inscrição em: www.apfilosofia.org/programa-e-inscricao-o-islao-e-o-ocidente.

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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Defende nos in proelio

Quanto ao Anjo de Portugal ser ou não S. Miguel, trata-se de uma velha questão cuja discussão se arrasta há já vários séculos. São vários os autores incluindo teólogos e eclesiásticos que apontam para a forte possibilidade do Anjo Custódio de Portugal ser de facto S. Miguel. Leia-se, por exemplo, os vários escritos do Padre Oliveros de Jesus Reis acerca desta matéria.
Portugal foi, provavelmente, a nação europeia com maior apego e devoção pelo seu Anjo Custódio. Uma tradição que, infelizmente, perdeu o seu fulgor, não obstante os esforços levados a cabo durante o século passado no sentido de recuperar esse culto.
Hoje, em termos de calendário litúrgico da Igreja Católica Romana o dia de S. Miguel é celebrado a 29 de Setembro, juntamente com os restantes arcanjos. Sendo Portugal uma nação católica, celebra-se liturgicamente esta mesma data entre nós, deixando-se o dia 10 de Junho para a celebração consagrada em exclusivo ao Anjo de Portugal.
Celebrar S. Miguel é celebrar Portugal e a sua vitória! Defende nos in proelio!

domingo, 27 de setembro de 2015

O endeusamento da opinião e a entronização das urnas

Em vésperas de mais umas eleições legislativas, os portugueses parecem encontrar-se novamente mergulhados na dúvida e incerteza sobre quem melhor poderá liderar os destinos da Pátria. Presentemente, apenas podemos falar em liderança e jamais em chefia. Há muito destituída de um chefe capaz de zelar e fazer confluir os seus interesses, comuns aos destinos de todos os verdadeiros portugueses, a Pátria encontra-se aprisionada pelo banditismo destruidor e usurpador de uma partidocracia republicana, mais interessada em dividir para reinar, do que em cuidar pelo nosso bem-comum. 
Ostracizados de forma mais ou menos consciente por um regime votado à analfabetização funcional de cada indivíduo, os portugueses são novamente chamados a assinar de cruz. Um gesto de ilusória liberdade e consciente responsabilização por parte de uma máquina opressora que se sabe legitimar. 
Lúcido e incisivo, Álvaro Ribeiro alertou-nos logo em inícios da década de 1980 para o que se estava a passar no Portugal pós-25 de Abril de 1974, sabendo também apontar a raiz do problema, conforme podemos ler neste interessante excerto retirado do 3.º volume da sua obra Memórias de um Letrado:
«Destituídos de verdadeira educação cívica, nem os adolescentes nem os adultos se encontram filosoficamente aptos a votar, a escolher e a decidir sobre cada um dos diferentes e diferenciados problemas de que se ocupam quantos exercem as mais altas funções na administração de República. A instrução recebida, a parcialidade, da ciência ou da técnica, no dizer de Spencer, habilita-os muito mais a negar do que a afirmar, a destruir do que a construir, a actuar em massa do que a reflectir em solidão. A doutrina platónica, vigente na Idade Média, primava em estabelecer que só a educação filosófica poderia garantir ao príncipe o direito de ser corado rei, mas na Idade Moderna a luta contra a monarquia foi tomando aspectos de luta contra a filosofia até culminar no paradoxal endeusamento da opinião e no ritual absurdo de entronização das urnas ou das armas.»
Capa do 3.º volume da obra Memórias de um
Letrado
, do filósofo português Álvaro Ribeiro. 

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

À conversa com Pascoaes no Café-Bar

E disse-lhe a saudade:
- Parte! Regressa, enfim, ao Paraíso!
Cultivarás aquela terra antiga
com tuas mãos, restituindo-a
ao primitivo e mágico esplendor.
Teixeira de Pascoaes em Marânus

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No próximo dia 12 de Setembro assinala-se o regresso de Teixeira de Pascoaes a um dos seus espaços predilectos na cidade de Amarante - o histórico Café-Bar. Trata-se da inauguração de uma escultura em tamanho real que homenageia um dos mais ilustres clientes que passaram por aquele estabelecimento localizado bem no coração da cidade de Amarante, junto ao icónico Mosteiro de S. Gonçalo.
Esta inauguração, com hora marcada para às 14:30, será antecedida da parte da manhã por uma mesa-tertúlia moderada por Sofia Carvalho, onde se destacam os nomes de Manuel Ferreira Patrício, António Feijó e Hermínia Vasconcelos Mota.
Esta actividade integrada no Triénio Pascoalino (2014, 2015 e 2017) tem entrada livre e é aberta a toda a comunidade.  

sábado, 5 de setembro de 2015

O Modernismo Brasileiro e o Modernismo Português

No ano em que se comemora o centenário da histórica revista Orpheu a INCM (Imprensa Nacional - Casa da Moeda) publica O Modernismo Brasileiro e o Modernismo Português. Uma importante obra da autoria de Arnaldo Saraiva consagrada à análise dos movimentos modernistas português e brasileiro, tendo em consideração todas as suas diferenças e semelhanças. 
Esta obra será apresentada no próximo dia 12 de Setembro, pelas 19:00, na Galeria da Biblioteca Almeida Garrett, no Porto. Esta apresentação, incluída no programa de actividades da Feira do Livro do Porto, integrará ainda um debate subordinado à temática desta obra e às comemorações do primeiro centenário da revista Orpheu, contado com as presenças e intervenções de Arnaldo Saraiva, Francisco Guimarães, Francisco Topa e Maria Luísa Malato.
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade. 

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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

As águas limpídas de lavar o silêncio

O Rio Vez abrindo-se à sua terceira margem.

O Vez

Cansado de ensinar solfejo às aves
(na íntima luz dos ramos boiam ninhos),
teu nome é um murmúrio entre as folhas
de poema que compus para inventar-te
prisioneiro infindamente nómada
da tua lenta guirlanda fugitiva
de ti mesmo tecida quando passas,
às primeiras manhãs, polindo areia,
dedos de bruma em alúde antigo,
som de um cantar de amigo junto às fontes
onde os cervos dos montes vão beber,
inacabado rio, adolescente
lapidário de campos, céus, miragens
cuja água azula o voo das libélulas
água tão limpa de levar silêncio
para ouvir sementes e, ao luar, estrelas…

Carlos da Cunha em Os Silêncios de Eurídice.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Portugal e a Pérsia: Diálogos e Afinidades

«... D. Sebastião podendo ter sido visto posteriormente pelos mouros ainda residentes em Portugal, como o XII Íman esperado, tal Selo da profecia. E ainda por ele, detendo igualmente todo o seu estatuto escatológico. Assim, entre os sebastianistas portugueses e os mouros esperançosos do XII Íman, se realizando uma mesma peregrinação interior salvífica. Assim também, Bandarra, D. João de Castro, Padre António Vieira, Bruno e Teixeira de Pascoaes, surgindo neste enfoque como Amigos de Deus.»
Dalila L. Pereira da Costa em Contemplação dos Painéis.

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No próximo Sábado, dia 11 de Julho, pelas 21:30, no Ateneu Comercial do Porto, Pedro Sinde, figura maior da mais jovem geração da Filosofia Portuguesa, autor de obras como O Velho da Montanha, A Montanha Mística, Terra Lúcida, O Canto dos Seres, Sete Sábios Portugueses, entre outras, irá apresentar uma conferência subordinada ao tema Portugal e a Pérsia: Diálogos e Afinidades. Da experiência colhida numa longa viagem ao Irão levada a cabo em 2014, o pensador português conduzirá os presentes através de um itinerário inscrito num espaço situado para lá dos meros domínios histórico-geográficos. Partindo de um pensamento próprio, revisitando e apoiando-se também nas teses de outros autores que se inscrevem na mesma tradição filosófica e espiritual, como é o caso de Sampaio Bruno, Fernando Pessoa, Garcia Domingues, António Telmo, Dalila Pereira da Costa, ou Pinharanda Gomes, Pedro Sinde analisará sob várias perspectivas esta incontornável e indiscutível afinidade existente entre Portugal e a Pérsia.
Esta sessão contará ainda com a participação especial do colectivo poético Maldizentes que se encarregará de fazer algumas leituras relacionadas com a ambiência deste encontro. A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Acerca da certeza no triunfo e do valor das coisas

Numa época de máscaras e de ilusões, na qual impera também a ditadura do relativismo, importa regressarmos aos pensadores maiores desta nossa hora de vigília. Nada como recuperar velhos mestres, tão queridos nesta casa, como é o caso de João Ameal, hoje novamente aqui citado a partir da sua obra Rumo da Juventude, publicada em 1942 pela Editorial Acção:
«No entanto, apesar de tudo, o triunfo é seguro. Triunfo inevitável dos factos sobre as palavras, das realidades autênticas sobre as abstracções caducas. Triunfo necessário do verdadeiro sobre o fictício, do permanente sobre o transitório, da ordem humana sobre a desordem anti-humana.
Só podem duvidar ainda aqueles que não viram o problema tal qual é - ou que, tendo-o visto, duvidem de tudo, por maior que seja a luz da evidência. Mas esses não contam: a lógica deverá conduzi-los, inexoravelmente, a duvidar sobretudo (e com razão) de si próprios...
»
João Ameal (1902-1982).

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Um exemplo sobre como manipular a História e manter as massas na ignorância

«Se, até aqui, o fanatismo disputou à hipocrisia e à corrupção moral o primeiro plano, vê-lo-emos nessa tela, cuja vastidão duplica, alongar-se para o fundo do quadro.»
Alexandre Herculano em História da Origem e Estabelecimento
da Inquisição em Portugal

À esquerda, Árpád Szenes e Vieira da Silva. À direita, uma fotografia de Paris
após os bombardeamentos norte-americanos, em 1944.

A manipulação e falsificação em História representam dois factores que detonam e inviabilizam qualquer possibilidade de vivermos em comunidade de acordo com os princípios da sã convivência e harmonia, em plena preservação da nossa saúde mental. Porém, todos sabemos a forma ardilosa como os poderes instalados depois do trágico desfecho da II Guerra Mundial, em 1945, projectaram nos olhos dos menos vigilantes as fantasias cinematográficas subordinadas a uma determinada opinião política e a um pseudo-conhecimento histórico. A grande golpada, levada a cabo com a ajuda imprescindível da psicanálise e outras democráticas "artes encantatórias", contribuiu desta maneira para a criação de um mundo ocidental doente, triste, revoltado consigo mesmo, auto-destruidor, penitente, alucinado, absolutamente decadente e mergulhado nas mais lúgubres trevas da incultura e profunda imbecilidade.
Ontem, no Forte de S. João Baptista, na Foz do Douro, enquanto assistíamos a uma apresentação de um tal de Renato Santos - sujeito irritante que se auto-denominou por três vezes historiador de arte -, apercebemo-nos até onde se tinha enraizado toda uma decadência alimentada pelos mesmos cancros mal-pensantes de sempre: os democráticos, os liberais e os marxistas. Todo cheio de si, o dito historiador de arte enfadou os presentes com as suas extenuantes masturbações pseudo-intelectuais ao longo de uma penosa apresentação acerca da pintora Vieira da Silva. Patranhada atrás de patranhada, o rapazote de bigodaço catita e trejeitos bastante suspeitos lá foi debitando os seus palpites a propósito do que, do alto da sua douta ignorância, via e lia nos quadros de Vieira da Silva.
Não haveria mal algum caso, inerente à ignorância e a uma sofrível apresentação, não estivesse o figurão desde logo a incorrer em erros históricos gravíssimos, caindo de forma voluntária, ou involuntária, na criação de mais preconceitos e desvios àquilo a que, numa perspectiva positivista da História, poderemos chamar de factos. Assim, interpretando um dos quadros de Vieira da Silva, o douto historiador de arte afirmou ver nele representado o metro de Paris durante os bombardeamentos alemães. Sim, foi mesmo isso que ele afirmou: os bombardeamentos alemães da cidade de Paris. Uma mentira que hoje em dia se cola, facilmente, junto dos mais incautos e mal preparados, contribuindo para a legitimação de mais uma instituição de fundo pró-judeu e sionista como é a Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva.
Acontece que, de facto, a capital francesa foi bombardeada em 1944, mas não pelos alemães. Os bombardeamentos foram levados a cabo pelos norte-americanos, entre os dias 20 e 21 de Abril de 1944. E não, os alemães não incendiaram as livrarias de Paris durante o período da ocupação. Curiosamente, aquela cidade conheceu até grande vitalidade cultural durante o período da ocupação nacional-socialista.  
O tal Renato Santos, o historiador de arte, não é propriamente um curioso sobre a obra da pintora Vieira da Silva, nem tampouco alguém não familiarizado com a artista de origem portuguesa. Na verdade, ele trabalha para a Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva, tendo sido na qualidade de representante daquela instituição que o mesmo se apresentou ontem naquele encontro. Ora, tratando-se estes erros de desconhecimento histórico, ou mera filha da putice, preocupa-nos enquanto portugueses o estado a que chegaram a nossa Educação e Cultura, bem como a incúria e o propositado desmazelo intelectual, notório nas pessoas que são arregimentadas nas fileiras do “politicamente correcto” para ocuparem funções em instituições culturais nesta pérfida e democrática III República.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Conferência: António Pinheiro Caldas e Amorim de Carvalho

O Forte de S. João Baptista acolhe, na próxima Quarta-Feira, dia 17 de Junho, pelas 18:30, mais uma conferência do Ciclo Foz Literária. O orador desta sessão será Júlio Amorim de Carvalho, administrador da Casa Amorim de Carvalho. Em análise estarão duas importantes personalidades da cultura portuguesa: António Pinheiro Caldas, poeta ultra-romântico; e Amorim de Carvalho, filósofo. Paralelamente a esta conferência haverá ainda uma exposição dedicada às pintoras Amélia Carneiro e Maria Helena Vieira da Silva
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.

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sábado, 13 de junho de 2015

Apresentação das Obras Completas de Rolão Preto

«E, se profundamente encanta saber que os novos de hoje manifestam de forma clara o desejo de prolongar, por eles próprios, o esforço de quantos procuram realizar um Portugal maior em justiça, confesso no entanto que mais entusiasma e exalta o facto em si duma mocidade que se não conforma, antes se alvoroça e procura ansiosamente uma certeza onde apoiar o seu sonho.»
Rolão Preto em Para Além da Guerra.

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Personalidade complexa e bastante controversa dentro do nacionalismo português, Rolão Preto foi, ainda assim, uma figura incontornável no panorama político nacional da primeira metade do século XX. Próximo da génese do Integralismo Lusitano, foi dentro do Nacional-Sindicalismo que se notabilizou. Ao longo do seu conturbado percurso político, Rolão Preto escreveu várias obras e colaborou com muitas publicações periódicas, tendo dirigido alguma delas. Dessa imensa tentativa de desencadear uma acção doutrinal nasceu um vasto legado, disperso e hoje pouco conhecido do grande público.
As Edições Colibri editaram recentemente dois volumes com as Obras Completas de Rolão Preto. Uma obra importante para o aprofundamento do legado político do chefe dos nacionais-sindicalistas, bem como para a própria compreensão do espectro político português da sua época. O lançamento deste trabalho está marcado para amanhã, dia 14 de Junho, pelas 19:00, no Auditório da Feira do Livro de Lisboa. A apresentação ficará a cargo de Luís Bigotte Chorão, José de Melo Alexandrino e Francisco Rolão Preto. 
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.